Série de três vídeos com palavras de Sol Henaro, curadora da exposição "No-Grupo: Un zangoloteo al corsé artístico" que aconteceu em 2011 no Museu de Arte Moderna do México.

Maris Bustamante para No-Grupo: "El pene como instrumento de trabajo", 1982.

Exposição
"Un zangoloteo al corsé artístico"

Marcada pelo massacre de Tlatelolco que aconteceu no México em 1968, uma geração de coletivos interdisciplinares conceituais politicamente motivados surgiu nos anos 70 na América Latina (principalmente no México), posteriormente denominada "Los grupos". O coletivo artístico "No-grupo" foi um deles.

Em uma época em que atividades artísticas não-objetuais como os happenings, performances e instalações não eram tão aceitas, eles usavam de "montagens de momentos plásticos" (batizados assim por Bustamante por desprezo a um "contrabando conceitual") para fazer análises irônicas e cômicas dos mecanismos do mercado artístico burguês, criticando o elitismo presente nele. Eles faziam isso através da apropriação e ressignificação de objetos cotidianos.

Em uma de suas apresentações, estabeleceram uma lista de preços para todos os apertos de mãos que são dados na abertura de uma exposição, seguindo uma escala que ia do artista ao curador e do curador ao diretor do museu.

A obra "El pene como instrumento de trabajo/para quitarle a Freud lo macho", máscara de papel imprimida em quantidades e distribuída ao público em eventos de arte, fazia referência aos escritos de Freud sobre "inveja do pênis", questionando mistificações sociais e teóricas que são usadas para justificar e institucionalizar hierarquias e discriminação.

No-Grupo

CAMNITZER, Luis. Dialéctica de la Liberación. Arte conceptualista latinoamericano. 1a. ed. Casa Editorial HUM: 2008. p. 99-122.